domingo, 1 de março de 2009

Coisas "boas"

Hoje sem querer, percorri aquele lugar.
Trouxe-me aquelas lembranças e senti-me só, no vazio.
Consegui olhar para "lá" e lembrei-me de tantas coisas boas. Aquelas coisas boas que já não sei onde estão ou com quem estão. Coisas boas que um dia foram minhas.
Ao olhar aquele horizonte pergunto-me como teria sido se tudo tivesse sido diferente. Como seria agora e onde estaria eu, em vez de estar a olhar o infinito azul em revolta... Até poderia estar ali, mas não assim, não completamente no vazio.
Tudo isto traz-me a certeza que ficou ainda um rasto de coisas boas que já não deveriam estar cá...
E faz-me pensar se o ponto final já foi colocado no fim da história...

"Há gente que fica na história da história da gente..."

01/03/09

sábado, 28 de fevereiro de 2009

História da gente...

"As coisas vulgares que há na vida
Não deixam saudades
Só as lembranças que doem
Ou fazem sorrir


Há gente que fica na história
da história da gente
e outras de quem nem o nome
lembramos ouvir


São emoções que dão vida
à saudade que trago
Aquelas que tive contigo
e acabei por perder


Há dias que marcam a alma
e a vida da gente
e aquele em que tu me deixaste
não posso esquecer


A chuva molhava-me o rosto
Gelado e cansado
As ruas que a cidade tinha
Já eu percorrera


Ai... meu choro de moça perdida
gritava à cidade
que o fogo do amor sob a chuva
há instantes morrera


A chuva ouviu e calou
meu segredo à cidade
E eis que ela bate no vidro
Trazendo a saudade."

Há pessoas que ficam na nossa história para sempre, por mais que queiramos tentar apagá-las desse livro. Mas como muitas vezes não basta virar a página, é preciso rasgá-la, essas pessoas permanecem na história até que alguém decida vir devagarinho e rasgar a página sem fazer barulho, para que ningúem dê por nada, mas que ao mesmo tempo, as lembranças tristes se evaporem...
Ainda assim, há pessoas que ficam na nossa história por boas razões... e esse livro pode continuar a ser escrito, com cada vez mais páginas, páginas essas que enriquecem as nossas vidas com sorrisos e felicidade.


28/02/09

quinta-feira, 27 de novembro de 2008

Sufoco

O teu silêncio faz-me sufocar.
A tua ausência faz-me desesperar.
Saber que não te tenho traz-me um vazio que aperta até fazer dor.
A mágoa de saber que um dia, uma noite, por momentos foste meu. Ao mesmo tempo percebo que tudo isso sumiu como um fumo evaporado e mata-me a cada dia que passa.
Todas as noites anseio, todas as manhãs procuro um sinal teu. Dói não o encontrar.
E sinto saudades. E sinto angústia. Sinto a desilusão a assombrar-me.
E apenas desejo que voltes a tocar-me como dantes, a beijar-me ternamente e abraçar-me com o teu calor e em tom de protecção dizeres aquelas palavras só tuas... (c.b.)
26/11/08

Caminho

A vida é preenchida por coisas tão simples e ao mesmo tempo tão grandes. Há palavras que nunca esquecemos, gestos que lembramos e momentos que guardamos para sempre. Sítios por onde passámos, pessoas que conhecemos, palavras que trocámos... Tudo isto fica guardado no nosso pequeno baú e trancado com aquela chave que só nós sabemos onde está. Tudo isto dá sentido à vida. Vida esta que teimamos muitas vezes deixar passar ao lado por coisas tão banais, mas que na altura certa (ou errada) pareciam o fim do mundo e não nos deixaram ver a continuação deste grandioso caminho que temos a percorrer. É então aqui que nos sentimos perdidos e sem saber para onde ir, não sabemos o que estamos ali a fazer, nem o porquê de irmos ali parar. Mas a vida é muito mais que isso! E é quando encontramos a chave do baú, que estava tão bem guardada e o vamos abrir. Então juntamente com todo o caminho percorrido e todas as boas lembranças, soltam-se sorrisos mágicos. É tudo o que nos basta para continuar o percurso e saltar por cima de todas as pedrinhas... e com muito esforço, tirar as rochas e pedras gigantes do caminho e mandá-las para bem longe de nós.
20/11/08

Sentimento no vazio

Às voltas na cama, as horas continuam a passar. O meu coração reflecte o frio que está lá fora. As minhas mãos e os meus olhos quentes, reflectem o calor da cama, fartos de tanta volta, tanto pensamento.
Sem conseguir entrar no mundo dos sonhos, penso em tanta coisa, tanta coisa triste, mas que me deixa feliz porque um dia aconteceu... Para quê todos os olhares, todos os sorrisos? Para quê uma aproximação sem sentido ou intenção? Pode ser que um dia tudo isso tenha sido verdadeiro. Eu acredito que sim, acredito que um dia o teu coração bateu mais forte com uma simples troca de olhares e que todas a palavras não foram ditas em vão. Os olhares intimidantes que quis evitar, as palavras que não queria escutar, os sorrisos que não queria ver... O sentimento que não queria sentir. Tudo o que evitei até ao dia que percebi que já não o podia fazer mais... Não o podia fazer porque estava invadida, estava abraçada por um sentimento no vazio. Um vazio que enche os meus olhos de lágrimas e o meu coração de sufoco.. Sufoco de não saber se estás aí, desespero por me dizeres que sim, quando eu sei que não é verdade.
Estas são talvez palavras que nunca te direi, mas são palavras que poderiam ser ditas a outras pessoas que se cruzaram no meu caminho e tal como tu, quiseram seguir outro rumo, saindo lentamente até desaparecer, mas esquecendo-se do principal aqui comigo...

12/11/08

Pai

Pai... Hoje percebi o quanto gosto de ti. Ao pensar que poderia ter-te perdido, sinto um aperto que dói tanto e custa a suportar.
Não quero com isto dizer que não te amasse a 100% mas como tu próprio disseste, nós só damos valor às coisas depois de as perdermos ou quando estamos perto dessa perda. A vida levou-nos a seguir caminhos diferentes, cada um com o seu rumo, mas apesar de às vezes não parecer, tu continuas a ser o meu pai e eu a tua filha, sempre... Gosto muito de ti, pai...
Agora não sei porquê, lembrei-me do teu cheiro quando chegavas a casa... estavas uma ou duas semanas fora e eu sabia sempre quando tinhas chegado, mesmo não te vendo, cheirava a PAI!!!
Às vezes dá-me vontade de te abraçar forte e dizer o quanto gosto de ti... Não o faço, não me perguntes porquê... Mas talvez porque tenho o feitio igual ao teu. Gostava que as coisas fossem diferentes... Gostava de te sentir mais presente, mais atencioso, mais pai...
Como tu disseste, não sabes nada de mim, da minha vida. Pois não, se calhar já nem me conheces. Eu era uma miúda quando saíste de casa, agora sou uma mulher. Mas eu conheço-te pai... e sei que não és feliz. O caminho que escolheste não foi o mais acertado e fugiste à felicidade, ou então a felicidade fugiu de ti, não sei...
Tenho esperança que um dia mandes essa criatura inútil para onde ela merece. Pode ser que esse dia não seja tarde de mais... Mas mesmo que seja, eu vou estar aqui para te dar a mão, mesmo se mais ninguém ta quiser dar , pai...
Não sei se algum dia vais ler isto ou não, não sei se vou acabar o que estou a escrever e se vou deitar fora, ignorar ou simplesmente guardar... Mas caso venhas a ler isto, fica sabendo que chorei ao escrever isto, apesar de que chorar para mim não é fácil. Gosto muito de ti, pai...

8/10/08