Pai... Hoje percebi o quanto gosto de ti. Ao pensar que poderia ter-te perdido, sinto um aperto que dói tanto e custa a suportar.
Não quero com isto dizer que não te amasse a 100% mas como tu próprio disseste, nós só damos valor às coisas depois de as perdermos ou quando estamos perto dessa perda. A vida levou-nos a seguir caminhos diferentes, cada um com o seu rumo, mas apesar de às vezes não parecer, tu continuas a ser o meu pai e eu a tua filha, sempre... Gosto muito de ti, pai...
Agora não sei porquê, lembrei-me do teu cheiro quando chegavas a casa... estavas uma ou duas semanas fora e eu sabia sempre quando tinhas chegado, mesmo não te vendo, cheirava a PAI!!!
Às vezes dá-me vontade de te abraçar forte e dizer o quanto gosto de ti... Não o faço, não me perguntes porquê... Mas talvez porque tenho o feitio igual ao teu. Gostava que as coisas fossem diferentes... Gostava de te sentir mais presente, mais atencioso, mais pai...
Como tu disseste, não sabes nada de mim, da minha vida. Pois não, se calhar já nem me conheces. Eu era uma miúda quando saíste de casa, agora sou uma mulher. Mas eu conheço-te pai... e sei que não és feliz. O caminho que escolheste não foi o mais acertado e fugiste à felicidade, ou então a felicidade fugiu de ti, não sei...
Tenho esperança que um dia mandes essa criatura inútil para onde ela merece. Pode ser que esse dia não seja tarde de mais... Mas mesmo que seja, eu vou estar aqui para te dar a mão, mesmo se mais ninguém ta quiser dar , pai...
Não sei se algum dia vais ler isto ou não, não sei se vou acabar o que estou a escrever e se vou deitar fora, ignorar ou simplesmente guardar... Mas caso venhas a ler isto, fica sabendo que chorei ao escrever isto, apesar de que chorar para mim não é fácil. Gosto muito de ti, pai...
8/10/08

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